O dia em que São Paulo quase parou. Interessante quando ficamos felizes de voltar a ter as dificuldades de antes
Depois do fim da greve geral dos ferroviários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, na quinta-feira, um sentimento novo dominava pessoas dependentes do transporte público.
Por mais que enfrentassem novamente seus vagões lotados, filas e brigas para subir as escadas rolantes, além da disputa até pelo espaço do chão, as pessoas tinham a sensação de que a vida estava melhor.
“Podem dizer o que quiserem, falar o que falarem, mas que faz falta, faz falta”, dizia um operário na Estação Barra Funda. E realmente falta fazem mesmo.
São mais de duas milhões de pessoas utilizando todas as linhas da CPTM. A greve as obrigou a buscar alternativas. Pegar os ônibus já lotados, para estações de Metrô ainda mais lotadas (em Itaquera, quase 1 km de filas). Os metroviários também ameaçaram uma paralisação, mas aceitaram a proposta do governo.
Ainda não houve decisão sobre o reajuste pedido pelos funcionários. O que dá medo. Medo de mais uma manhã de horrores em São Paulo. Afinal, a briga por um aumento digno é o mínimo que os trabalhadores devem fazer.
Por pior que seja, os trens fazem falta. No entanto, é interessante observar que quando as coisas pioram, as pessoas até se sentem felizes, por terem de novo, a vida ruim que já tinham.
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