"O futebol é diferente", essa é a defesa de muitos, que enaltecem a poossibilidade de nem sempre o melhor vençer, ou por causa das várias surpresas que podem modificar uma partida.
A emoção de um gol no último minuto, de uma partida que tem reviravoltas são cenas únicas. A classificação uruguaia pra cima de Gana foi mais um desses pequenos instantes em que todos homenageiam, reverenciam, vangloreiam esse tão fabuloso esporte.
Mas a situação do jogo do Uruguai põe a prova muito mais do que a simples raça, o incrível poder de reação do Uruguai e de Gana. Seleções que em poucos instantes, transferiram ao oponente a maior chance de se classificar.
Ao tirar um gol de maneira irregular, com as mãos, como se fosse um legítimo goleiro, o atacante Suares estava, sem saber, destruindo o sonho de Gana na copa. As regras do futebol foram feitas em busca de uma malfadada justiça (que normalmente não existe). Por isso, a expulsão do jogador e o pênalti, para aqueles que criaram as regras do futebol seriam suficientes para punir o agressor em tal situação.
Mal sabiam os anciões da Fifa que havia uma outra possibilidade.
E se o jogador errar o pênalti? E pior de tudo, e se isso acontecer em uma semifinal de copa do mundo. Imagina então acontecer em uma prorrogação. É tão improvável e inemaginável, que explica a mágica do futebol.
A cobrança de Gian na trave deu uma sensação de que o errado pode dar certo. De que através de uma infração, uma seleção se aproximava do título. Ao mesmo tempo de que nenhuma regra era capaz de mostrar isso. Ou seja, injustamente, de forma legal, o Uruguai conquistou sua classificação.
Os críticos aboliram, reclamaram, choraram a mão de Henry contra a Irlanda, ainda nas eliminatórias da copa. Poucos foram aqueles que disseram algo contra a ação de Suares. Só outro capítulo do que chamam de imparcialidade.
E cá entre nós, quem pode se opor a alguém que age em prol de sua seleção não importa o quanto difícil ou errado isso seja.
Uma seleção vale um toque de mão?
Pelo jeito em caso de copa vale.
Adios Argentina
Nunca o futebol sulamericano chegou tão cheio de pompa na fase final de uma Copa do Mundo. E o europeu nunca chegou tão desacreditado. Mas para as semifinais, todos os europeus passaram, e só o Uruguai representa o futebol latino americano. Brasil e Argentina não aguentaram, e o Paraguai fez ainda mais do que pôde.
No fim, a Copa que tinha tudo para ser da América do Sul, deve ficar com o ainda forte, da sua maneira, futebol da Europa.
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