Depois de muito procurar, um profissional encontrou o anúncio no jornal, mas não era aquilo que precisava
Em busca de emprego, um jornalista com anos de profissão busca uma nova oportunidade. Depois de trabalhar em jornais, revistas, rádio, TV e em assessoria de imprensa, ele enfrenta um dilema na valorização de sua área. Mas, de qualquer forma, ainda acredita que encontrará algo.
Currículos foram mandados, sites visitados e todas as formas de procura de emprego estavam sendo utilizadas. Certo dia, ele pegou o jornal, a página de classificados (local difícil de ver vagas para jornalistas – parece que jornal não gosta de ajunciar em jornal) e nela encontrou uma única e solitária vaga:
JORNALISTAS
Site: .....
Embaixo da vaga apenas um site. Nenhum pedido de experiência, nenhuma promessa de salário ou horário, nada. Apenas o portal.
“Não custa tentar, afinal, não tenho nada a perder”.
Ele entrou na internet, digitou o site e encontrou o seguinte texto na home:
Admitimos homens e mulheres de quaisquer áreas
Para atuarem no ramo imobiliário.
Se você está insatisfeito(a), na sua profissão ganha pouco, não tem perspectivas de ganhos compatíveis com seus conhecimentos e sonhos, ou está desempregado(a), crie coragem e mude radicalmente de vida.
Ao lado, títulos, como “Mude de vida já”, mostravam que a empresa dava treinamentos, ensinava tudo o que é necessário para ser corretor imobiliário e fornecia “todas as ferramentas para o bom desempenho de sua nova atividade”.
Poxa. Nada contra a propaganda do site e sobre a oportunidade, mas será que JORNALISTA é sinônimo de “insatisfação", de "falta de perspectiva de ganhos compatíveis com os conhecimentos" e de "pequenos salários”?
Depois de se irritar com a propaganda, o jornalista pensou na sua situação. Precisava logo de emprego, mas nunca pensou em mudar de área. A busca pelo novo estava difícil. Olhou o anúncio várias vezes e decidiu:
Não, não seria corretor imobiliário. Mas faria uma reportagem sobre anúncios de jornal.
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