segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Por que contar o fim do filme?

Ver um filme é uma dos melhores entretenimentos, ou um dos mais comuns. Seja no cinema ou em casa, o suspense, descobrir passo a passo do desenrolar de uma história é contagiante.

Ainda mais em um feriado, um aniversário da cidade de São Paulo. Saudade do tempo em que as pessoas viajavam e ficava tudo vazio. O aumento populacional foi tanto, que parece que nunca mais teremos uma cidade um pouquinho vazia, mas tudo bem.

Não é o incomodo das filas de cinema, ou das chuvas que atrasam a todos, mas sim, tentar compreender o ser humano. Neste caso, aqueles indivíduos que parecem ter um grande prazer em impedir a descoberta dos fatos de um filme sozinhos.

-Você viu o filme dos Tranformers?
-Ainda não, quero ver essa semana.
-Sabe o Optimus Prime?
-Sei.
-Ele morre.

Como alguém pode ter a capacidade de acabar com o barato, com a alegria, com a emoção em descobrir. Qual a graça de acabar com o mistério, o suspense, ou seja lá o que o filme trazer. Até sei que alguns não se importam, mas para mim não é a mesma coisa.
Imagine você enfrentando uma fila imensa, e, perto de conseguir comprar o seu ingresso, alguém vem e fala que o Optimus morreu, foi essa sensação.

-Meu, não conta, não fala, não quero saber, não conta o fim.
-Para velho! Deixa eu te falar como ele morre.
-Ah!!! Eu não quero saber. Não quero, não quero, não quero.

Tipos assim não são raros. Alguns não querem nem comentar, mas sim, transmitir uma insatisfação. Quando eu fui ver o filme “Eu sou a lenda”, o mesmo cara me deu apenas um toque: “O Will e o cão morrem!”.

Teimoso fui assistir, e foi, um dos piores filmes que eu já vi. Contudo, eu nunca saberei se a culpa foi do filme, que era mesmo horrível, ou se era do Cesar. Pra se ter ideia, um dos momentos que causou maior comoção foi o sacrifício do personagem interpretado por Will Smith. Já para mim, quando eu vi o ator pegando uma granada, e aquela musiquinha de fundo super triste, comecei a rir e a pensar, “já era Will”, que droga.

-Então cara, o Optimus ...
-Chega Cesar! Para de ser chato velho!
Decidi deixá-lo para trás, mas ele era extremamente persistente, e ainda acabei ouvindo o fim do que o chato queria dizer.
-Nossa! VocÊ ficou bravo só porque eu te contei que o Optimus morreu. Imagina seu conto como ele voltou à vida!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O homem primata que existe em cada um

Homens.
Bêbados? Talvez.
Vibrantes? Com toda a certeza.
Este era o clima de dezenas deles, acompanhando de maneira contagiante o terrível espetáculo que se seguiria.

No centro deles havia o possível líder, ou seria alguém que apenas cumpria as ordens?
Sem camisa, com olhos vivos, eufóricos, irados, alucinados. Será ele, o responsável pela grande parte do show.

Do outro lado, um pequeno quadrado. Eles não têm para onde correr. Estão presos. Ou melhor, podem até tentar a escapatória, mas para quê? Eles são maiores e são mais fortes, uma tentativa os levará ao mesmo fim derradeiro. No meio do lixo, o cheiro de morte já os sufoca, não há o que fazer.

O líder, o chacal, o carrasco, o assassino, o matador, ou simplesmente alguém incumbido, um responsável, que não tem culpa de ter que matar, mas o faz com autenticidade. Ele pega um líquido e o joga na direção dos seres reprimidos, humilhados, que não tem culpa de simplesmente ser o que são. O mundo os fez assim, e hoje pagarão das piores formas por isso.

Ao ascender o fósforo, a vibração de todos aumenta. Poderia ser um estádio de futebol, uma torcida empolgante, ou os gritos de quem ama a psicopatia, assassinatos, sangue, um jornal sanguinário da tarde e outros.

Sem a menor piedade ele atira o fogo, e a cena se torna calamitosa. Os seres indefesos sentem o calor, a destruição, a devastação, o fim. As chamas casuam desespero, e um destes pobres abastados tenta fugir. Seu corpo está coberto pelas labaredas e a tentativa de fuga é inútel. Pois, logo a frente, há alguém. Tão mau quanto o chacal, ele o espera com um bastão. É acertado em cheio na cabeça, tudo fica escuro.

Um outro completamente carbonizado será o granfinale do espetáculo da morte. Ele é amarrado por baixo, e mergulhado em uma água suja, até que finalmente desista da vida em meio tamanha tortura.

É triste saber que ainda existem seres humanos desse porte, que vibram com a morte, semelhante ao holocausto promovido por Adolf Hitler. Se você sentiu abominação, saiba que isso acontece perto de você, na capital paulista.

Ou pensando bem, podemos tolerar um pouquinho. Afinal, matar ratos de esgoto não é um pecado tão grande. Só não precisava torturar os bichinhos.

SÃO PAULO CONTRA OS RATOS

Desde 2005, a Prefeitura de São Paulo iniciou a OPERAÇÃO RATO FORA, que busca nas áreas de fácil proliferação de roedores, impedir o aumento da espécie. Antes disso, centenas de casos de leptospirose, com dezenas de óbitos ocorreram na cidade. Contudo o índice de infestação predial ainda mostra que a cidade se encontra em estado grave, segundo o portal da Secretária da Saúde dda cidade.


http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/animais_sinantropicos/index.php?p=4832

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Quem é o carrancudo?


Monotonia, tédio, raiva, stress. Mais um dia de trabalho desgastante sem desgastar, sem nada de novo, sem nada de velho. Você simplesmente não aguenta mais estar ali. Só sua presença dentro do espaço onde trabalha já é o suficiente para te dar a mais profunda tristeza. Cada injustiça ao seu lado parece a maior do mundo.

E assim se vai mais uma terça feira. Nossa! Mas ainda é terça.

Você tenta dar uma risada, mas sempre vem um “fiquem quietos” da chefia, e você fica sem palavras, sem vontade, sem a única coisa que poderia te dar uma alegria por ali.

Depois de mais de nove horas dentro de um prédio, que, no início parecia bacana, parecia legal, era algo novo. As novidades vêm com tudo, e novos empregos sempre dão a impressão de uma nova jornada, uma nova vida, um outro ciclo, o qual será mais emocionante, mais vivo, menos monótono.

Passados alguns anos, você já odiou gente ali, você já desprezou, talvez até amou, desacreditou, se decepcionou e finalmente está desanimado e não suporta mais.

E a cada dia que você sai dali você pensa: Para quê?

Nessa mesma terça feira você vai ao ponto de ônibus, para mais uma batalha. Toda aquela multidão, sempre viva, quente, tensa. Todos em um ponto, com a mesma sensação do fim do dia na senzala. Senzala, porque o trabalho se torna o ambiente que reprime, que sufoca, agride, destrói, corrói, aniquila.

Afinal, passar a maior parte do nosso dia cumprindo ordens que não queremos cumprir, caminhos que não desejamos seguir, para ter poucos instantes de tranquilidade e lazer, que por muito, se resume a um fim de semana no sol quente de uma praia, ou a uma cerveja num fim de tarde.

Oito horas no trabalho, mais duas na ida, duas na volta (se o trânsito ajudar), uma do almoço, e ainda temos que dormir, o que nos resta? Algumas horinhas pra chegar em casa, ver TV, mexer no orkut. É o tal do capitalismo, quando ele nos domina.

Naquele mesmo ponto de ônibus que te levará a um ônibus ainda mais cheio, surge um senhor. Nas suas mãos, um imenso saco de latas e lixo. A barba por fazer, cabelos longos e a roupa maltrapilha denotam vários dias sem um banho. Seu olhar é frio e revoltado. Bravo, zangado, mas sem expressar em palavras, em gestos, em nada, somente no olhar.

Passa pelas pessoas do ponto e se dirige ao lixo mais próximo. Começa a remexê-lo. Enquanto alguns observam, ele encara. Não tem vergonha, mas parece que não gosta que olhem, ou mesmo, quer observar o que estão olhando, ou sentir as sensações que causa.

De um lado uma moça que parecia zangada por uma série de motivos como um dia de trabalho segue da mesma forma, mas seu olhar se foca nele.

Outro se senta e com um olhar mais comovido observa atentamente.

Já uma adolescente passa cantando e gritando qualquer absurdo com sua comparsa, também jovem. Elas chegam perto do senhor e quase esbarram nele. Depois, murmuram algo, como um 'boa tarde', mas um 'boa tarde' bem grosseiro. O senhor ainda carrancudo atende e responde o cumprimento.

Depois volta para seus sacos de lixo. Encontra uma lata, olha para ela e guarda. Depois no outro saco, vê algo e come. Não lhe trouxe nenhuma melhora no rosto, a aparência mal humorada era a mesma, mas ele continuava a vasculhar enquanto comia um pedaço de fruta.

Logo veio outro catador, mas este, com um carrinho imenso. Parecia até funcionário do governo, todo de azul. Ele diz alguma coisa para o senhor, que não liga. Só pega o seu saco e parte para o próximo lixo.

Ele vai. A cara dele é a mesma do início, e não poderia ser outra. Quem sabe se trabalhasse no nosso lugar, o rosto dele fosse mais feliz, ao invés, de ser muitas vezes, o mesmo que o nosso: Carrancudo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O AUMENTO DA PASSAGEM: Artimanhas de qualquer político


“Ficaremos mais um ano sem aumentar a passagem, devido o uso correto dos recursos públicos”, disse Gilberto Kassab, no debate com a adversária Marta, a Suplicy.

Promessa feita, promessa cumprida. Olha que beleza. Passado um ano a passagem permaneceu a R$ 2,30, contudo, não necessariamente com relação a boa administração, fiscalização e tudo o que ele disse, mas sim ao tal do subsidio.

Prova disso é que em 2010 a passagem aumentou uma vez, só que valeu por dois aumentos, o que explica melhor não ter reajustado em 2009. UMA QUESTÃO ELEITORAL.

“Evidentemente nós gostaríamos de não fazer este reajuste. Existem contratos que têm que ser cumpridos, o mais importante é que o orçamento seja dosado, que continuem os investimentos em transporte público, principalmente no metrô, saúde, educação e habitação”, afirmou Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo. Ou seja, aquele papo de fiscalização não era pra valer.

O aumento foi de 17,4%, o dobro do reajuste anual feito em outros municípios. MOTIVO: mesmo em ano eleitoral, os outros municípios não tiveram a possibilidade de gastar um subsidio (recurso público investido para manter as empresas contradas pelo serviço público). Assim, já em 2009, Osasco, Carapicuíba, Barueri e Jandira, tiveram a passagem aumentada para R$ 2,50, e durante um ano, municípios menores cobraram mais que a capital, IMPRESSIONANTE.

Mas tudo acabou, e dessa vez a capital paulista recebeu um duplo aumento, quem sabe, em 2013, não haja SUBSIDIO o bastante para não aumentar mais.

Foram três anos sem aumento
Desde 2006 a passagem em São Paulo não era reajustada.

Mesmo com o aumento
Mesmo com o aumento ainda será investido em compensação tarifária R$ 800 milhões. Segundo o secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, informou ao portal G1, para não necessitar dessa compensação, a passagem teria que ser aumentada a R$ 2,90.
Para não aumentar
Em entrevista ao Jornal Página Zero, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, concorda que o aumento é alto, mas preciso. A alternativa para diminuir o valor cobrado no ônibus, é uma menor taxação do governo, através de uma proposta feita pela Frente Nacional dos Prefeitos. "A proposta de desoneração da Frente Nacional é o que pode garantir uma tarifa menor. Para isso, precisamos que o Governo Federal retire o IPI dos ônibus, para na hora de renovar a frota o custo diminua. Além do IPI, já retirado para os carros, é importante medida igual para o ICMS do combustível, desonerar folha de pagamento e transformar frota de diesel para gás", disse o prefeito.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Que 2010 seja

Mais feliz para quem busca felicidade.
Mais tranquilo para quem quer paz.
Mais apaixonante para quem busca amor.
Mais honesto para quem não tem caráter.
Mais justo para quem sempre tem caráter.
Mais novo para quem não aguenta mesmice.
Mais sossegado para aqueles que não aguentam mais tanto agito.
Menos congestionado, o que não vai acontecer.
Mais lançamentos, novos filmes, novos enredos, novos sonhos.
Menos violenta, menos triste, menos complicada.
Que 2010 simplesmente seja.

FELIZ 2010!

Bem vindo

Aproveite para criticar, sugerir e ver a vida do modo diferente que ela merece.