sábado, 27 de novembro de 2010

Querem acabar com o Prouni?

Será que querem acabar com a uma das poucas iniciativas decentes em prol da educação. Prouni, embora não seja a melhor solução para o ensino superior, a curto prazo, é uma ótima alternativa


Seguidos problemas na realização do Enem deixam dúvidas sobre quem não quer o sucesso do exame

Ao sair do ensino público, no término do ensino médio, quem é aluno de escola pública escolhas difíceis.

-Fazer um cursinho para tentar acessar a universidade pública.
-Fazer um curso técnico para garantir uma profissão.
-Esquecer os estudos e tentar um emprego que lhe dê pelo menos sobrevivência.

A qualidade do ensino é tão triste, que sair, se achando preparado para algum tipo de vestibular é impossível. A escola é incentivada a te passar. Os professores também são incentivados a não te avaliar e sim a te promover, estando ou não mal. Se você é o professor sério, que desconta nota dos alunos pelo seu desenvolvimento, a escola pressiona para que você mude. O passar de ano é a forma de avaliação do ensino das escolas.

Escola Fulano teve 98% de aprovação, olha que escola excelente!

Infelizmente, nem quem quer, consegue estudar.

Por falta de ensino de base, o governo criou o ProUni (Programa Universidade para todos), e sem dúvida, muitos abandonados encontraram um caminho por meio do programa.

Mas, o Enem tem sido devastado por fraudes, erros, vazamentos de provas e questões. Até as boas ideias não surtem efeito. Escutei de vários estudantes uma suspeita, que espero, não seja real. Será que é só uma manobra para acabar com este sistema de bolsas do governo? Será que desvalorizando o exame, pode se encontrar uma forma de eliminar esse benefício as classes de baixa renda?

O Prouni, aliado ao Enem, não é, e nunca foi, a solução da eduação no Brasil, que precisa ser organizada desde a base, e de forma rápida. Mas a curto prazo, foi uma ótima forma de integrar os brasileiros ao ensino superior. Esperemos que continue, embora o ideal seja sair da escola pública para uma universidade pública.

Ainda é difícil

Histórico do Enem

Desde 1997, o Enem (exame nacional do ensino médio) era uma ferramenta do governo para, teoricamente, avaliar a qualidade do ensino médio. Com a criação do Prouni (Programa Universidade Para Todos), em 2003, ele se transformou em uma ferramenta importante de integração. Foi a chave do sonho de muitos que almejavam entrar em uma universidade (mesmo que particular), assim como eu.

Em 2009, tentaram fazer do Enem o substituto de vestibulares e que ele servisse de acesso até às universidades federais. Aumentava assim, a capacidade do exame, criava uma grande possibilidade. No entanto, o exame foi modificado, ampliado, com um maior número de questões e se aproximando dos terríveis e desumanos vestibulares, com questões de tudo, sobre tudo, para quem quer fazer um curso de apenas uma determinada área.

Aí roubaram a prova, que vazou para um jornal antes da aplicação do exame. Depois foram os dados pessoais que ficaram disponíveis à todos neste ano. Por fim, aconteceram os erros em impressão de gabarito e perguntas repetidas. O governo incialmente avaliou com um sucesso.

Acharam tanto que o ministro da Educação Haddad deve permanecer no governo Dilmico. E como punição, as gráficas terão apenas de arcar com o transporte de quem fazer a prova novamente.

sábado, 20 de novembro de 2010

Um deputado de verdade

O deputado Fraga real: Filme Tropa de Elite mostrou a podridão da política, mas também apresenta uma pequena esperança. E ela é de alguma forma, baseada em fatos reais
Dilvulgação

Quem assistiu “Tropa de Elite 2” deve ter vibrado ao ver o Capitão Nascimento batendo em um político corrupto. “Quem nunca quis bater num deputado safado”, disse o ator Wagner Moura, em evento do jornal Folha de S.Paulo. No entanto, o mais interessante do choque de realidade aplicado pelo filme, é que até mesmo o lado bom tem seu personagem real.

O deputado Fraga (personagem que defende os direitos humanos e consegue se eleger deputado) e que também é perseguido pelo poder do estado por criar a CPI das milícias demonstra um dos raros exemplos de políticos sérios existentes no Brasil. E não é um exemplo somente cinematográfico.

A CPI das milícias real começou em 2007, quando o deputado estadual Marcelo Freixo solicitou junto à Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que políticos eleitos da capital carioca, e com suposto envolvimento com as organizações criminosas fossem investigados. Resultado: vereadores afastados, envolvidos presos, e Freixo, como acontece no filme, ameaçado.

O diretor do filme José Padilha afirmou em entrevista a Revista Mounet (http://migre.me/2loW5) que algumas coisas estão mudando no estado do Rio, e muito se deve a Freixo.“A CPI que o Marcelo fez prendeu uma série de pessoas, cassou Deputados Estaduais, etc, e que revelou uma conexão que existia, muito forte, entre a milícia e a política”.

Contudo, Freixo sofreu constantes ameaças de assassinato, e tinha grande receio de não se eleger. Desde que instaurou a CPI, ele anda com seguranças a qualquer lugar que vá, e não é bem quisto em muitas comunidades. Caso perdesse, perderia o apoio dos seguranças, e provavelmente teria que sair do país como revelava antes da eleição matéria do Jornal O Estado de S. Paulo.( http://migre.me/2lpiB)

Eleito

Não é fácil ter esperança, ainda mais, quando o mundo político é tão pouco atraente, tem tão pouco caráter, e pouca vontade de buscar mudanças de verdade, vide nossa última eleição para presidente. Mas vale dizer que as poucas luzes nesse caminho existem. Marcelo Freixo foi reeleito e poderá continuar com seu trabalho em busca de um Rio de Janeiro mais justo.

Quem sabe um dia, exemplos como esse não se multipliquem pelo país, mas talvez seja sonhar demais.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Silvio e Tiririca

Uma semana com um rico noticiário

100ª postagem.

Tem semanas que são mais engraçadas que as outras, e inegavelmente essa foi mais uma. Mais impressionante do que a importância do teste de alfabetização, feito pelo deputado Tiririca, somente, o estranho desaparecimento de 2,5 bilhões de dólares do Homem do Baú.

Silvio

Das perguntas infames que surgem no momento sobre o empresário, é impossível não usar o próprio Silvio Santos, como o grande trocadilho:

“Silvio Santos vai ter que abrir as portas da esperança”
“Quem quer cinqüenta reais?” Euuu! Vai ficar querendo, não tem mais aviãozinho! Mas olha a moedinhaaaa!!!” OE
“Doutor eu não me engano, meu coração é corintiano”, será que tudo começou depois do patrocínio do Panamericano ao Corinthians?

Dúvidas, dúvidas, dúvidas.

Mais engraçado foi a super entrevista, capa do Jornal Folha de S.Paulo de hoje, onde até na crise, ele segue como o rico e ligeiro empresário de sempre.

Será que é só mais uma cartada? Em termos de Silvio, sempre é possível.

Entrevista de Silvio na Folha de S.Paulo: http://migre.me/2aRME


Tiririca

Os detalhes do super ditado feito pelo ator e humorista (exageradamente, e sempre, chamado de palhaço pelos jornais brasileiros) foram colocados de tal forma, que impressionam a curiosidade humana.

Tiririca passou por um crivo de tamanha complexidade, que, depois de 40 dias, pôde sem dúvida ,comprovar sua total capacidade para ser um bom político. (E o que é preciso? Não tem ainda teste de honestidade)

Mauricio do Charges.com, em uma sacada genial explica o porque de tamanho rebuliço. Tiririca tem tudo o que um candidato à presidência precisaria: Fala errado (que nem o Lula), é moreninho e viveu a infância na pobreza (como a Marina), conta piadas (que nem o Plínio), tem cabelo engraçado (que nem a Dilma), e é feio de doer (que nem José Serra).

Charge de Mauricio Ricardo sobre Tiririca, genial: http://migre.me/2aRQq

Enfim, que a cobertura continue à toda, mas vamos focar em Paulos Maluf, em escândalos do Enem (mas tentando achar quem não quer mais o exame), corrupção, Sarneys e todos os seus derivados.

Centésima postagem: Por incrível que pareça já foram 100 textos. Tento manter a média de um por semana, nem sempre é possível, mas agradeço a todos quem já deram uma lida neste mero instrumento textual.
Vamos melhorá-lo a cada novo texto e nova ideia. E o que não faltam, são ideias

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Resolver sem resolver

Moradores de rua são "expulsos" de fachada de banco
Imagem: Kelly Cerqueira

Rua Boa Vista, região central de São Paulo, próximo da Igreja São Bento. Local de bonitas arquiteturas, grandes edifícios como o Martinelli (um dos maiores do Brasil e que possibilita visita gratuita de turistas durante o dia), além de bancos e mais bancos. É até por isso, local em que se encontra parte do coração financeiro da maior cidade do Brasil, principalmente, por ser próximo da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

É nela em que pessoas geram grande movimento comercial, trabalham no ritmo frenético durante o dia. Mas quem fica por lá à noite?

É aí que começa a outra realidade. Hora em que migram de muitos cantos, os moradores de rua, que sem ter onde ficar, se aproveitam das calçadas dos bancos para dormir.

Quem chega mais cedo à região, para trabalhar, poderia ver mais de trinta moradores de rua embaixo de uma única cobertura de banco.

São pessoas com histórias, esquecidas, abandonadas, e que encontraram uma cobertura, uma proteção contra a chuva, e que não adiantava muito contra o frio, mas que era pelo menos coberto.

Mas quem vê a cena, deve se chocar, e pensar, a que situação o ser humano pode chegar. Outros pensariam, que é uma situação insustentável. Mas também têm àqueles que se revoltariam contra as pessoas, às taxariam de vagabundos e exigiriam das autoridades competentes imediatamente fossem remanejadas dali. E o interessante é que até quem não é nenhum pouco rico, também tenha uma visão, um tanto elitista, de querer eliminar certas mazelas.

E ninguém aceitaria um em frente a sua residência. É até normal.

Solução?

Mas o banco resolveu. Um vidro, que se tornou uma porta inicial, e é fechada no final do dia. Ela consegue pegar toda a extensão da imensa calçada. Deixa somente a parte descoberta, a parte a céu aberto livre.

Os Mendigos não estão mais por ali.

Abrigo? Provavelmente, ninguém deu um no lugar da calçada.
Resolver o problema? Para quê?

Para quem colocou o vidro o que importa é que eles sairam. E provavelmente, estão embaixo de outra cobertura. Até que alguém, "para o bem estar social" coloque um vidro que os deixem de volta às ruas.

Bem vindo

Aproveite para criticar, sugerir e ver a vida do modo diferente que ela merece.