segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vida de goleiro


Em campo pode ser o jogador mais importante, ou o menos importante. O goleiro pode viver nada em um jogo, quando seu time vence fácil e a bola não chega em sua meta, mas também pode ser o ator principal da partida, seja com defesas ou com falhas grotescas. Ou mesmo, viver isso tudo, como aconteceu com Henrique.


O goleiro do time do Colorado foi o destaque, na final da Segunda divisão do futebol amador de Osasco. A partida seguia empatada sem gols, até que um chute fraco, da entrada da grande área o surpreendeu. Ele caiu para encaixar a bola, a qual passou por entre seus braços e morreu no fundo do gol.

Uma tragédia. Já era o início do segundo tempo. A derrota simples já faria com que seu time perdesse o título. E a culpa seria dele, mas claro que não só dele. Em uma partida de futebol sempre rolam as velhas frases de consolo como: ‘Quem perdeu foi o coletivo’; ‘Não pode por a culpa em um só jogador’.

Frases feitas que não correspondem ao que realmente acontece. Embora todos errem, ninguém fica na memória do torcedor como o goleiro.

Tudo bem que era apenas a final da segunda divisão do amador. Mas para os torcedores presentes no estádio, e que não arredaram o pé até o último minuto, essa desculpa também não caia. Mas o que um goleiro pode fazer para se redimir?

Grandes defesas? Ajudam, mas só serão lembradas se o time conseguir marcar e mudar o panorama. Que vida? Último lance do jogo, uma falta a favor de seu time. Não há dúvidas, é essa a grande chance. Um gol, e ninguém vai se lembrar do que veio antes, ainda mais no último minuto.

Na boca do gol

A bola é cruzada. O tempo para. Os jogadores do adversário veem a bola cruzar toda a área e não podem alcançá-la. Ela chega a segunda trave, nos pés do goleiro. Ele domina. Um zagueiro vê sua intenção e tenta bloqueá-lo. Completamente sem jeito, quase tropeçando em suas pernas grandes, ele tenta um corte de pé direito e vai para linha de fundo. Consegue. Cruza chutando para o meio da área. A bola sobra no pé de seu parceiro que manda para o gol vazio. GOL. Partida empatada

Ele vibra. Corre para as arquibancadas e vê a torcida em festa. Deu a volta por cima. A sequência já era de se esperar. Depois de tanta festa, sua equipe venceu nos pênaltis, com Henrique defendendo uma cobrança e ainda marcando o gol do título. Falha? Que falha.

É assim, a vida de Goleiro.

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