Algumas
coisas deviam vir com instruções básicas, mesmo para o óbvio. Quem nunca passou
por um mico com vergonha de perguntar como funcionava uma coisa que parecia
simples?
Certo dia, um aprendiz de repórter foi fazer uma entrevista
para o jornal universitário. Eis que a assessora simpática pergunta: “Quer um
café?”. Claro. Sem dúvidas o garoto aceita, é um fã de café, toma vários copos
por dia, nada como um para relaxar.
A moça da lanchonete traz a xícara e, ao lado dela, há algo. Tem um aspecto diferente do que o garoto já tinha visto. Ele fica pensando para quê serve aquilo. Será um torrão de açúcar, não, é diferente. Mas é um local elegante, pode ser que seja.
Ele procura na mesa algum açúcar ou adoçante e não
encontra. Enquanto isso, a assessora traz a entrevistada e, ao invés de café,
ela pede água. "Droga", pensa ele. Não tem mais ninguém para ele ver
o deve fazer com aquilo.
Também é ruim no meio da entrevista, parar e perguntar:
"Desculpe, o que é isso? Nunca tomei café com algo assim. Vim de outro
mundo, me diga, para que é?"
O jeito foi experimentar: primeiro, um gole do café para
ver se já estava doce. Não estava. A solução foi esperar um momento de
distração e colocar o suposto torrão na xícara. Depois uma tentativa terrível
de dissolvê-lo. A colherzinha de plástico veio, mas nenhum resultado. O café
seguiu amargo e como estava amargo.
E a entrevista rolando normalmente. Em goladas cada vez
mais difíceis e que pareciam não terminar, junto com pedaços de algo que ele
esfarelou dentro do líquido e que não serviu de nada. Por fim acaba a
entrevista. Ele agradece, e sai sem saber o que era aquele alimento. Na saída,
percebe que outras mesas tinham açúcar e adoçantes que ele conhecia.
Anos depois, um amigo o chamou para tomar café. Quando as
xícaras chegaram, o colega pegou o "doce que vem como cortesia" e
comeu com o café. Pelo menos, desta vez, o rapaz ainda não tinha esfarelado no
café.
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