terça-feira, 29 de junho de 2010

Mãos para o céu

Brasil passa e aguarda a Holanda. Copa chega a momento final

Ainda falta alguma coisa na seleção. Mas a vitória é o que mais vale no final das contas. Talvez essa copa pudesse ser mais fácil, (ou mais difícil se as grandes seleções se classificassem). O Chile não suportou por muito tempo e nem se mostrou uma seleção boa o suficiente para ser uma surpresa. Deu pro gasto para boas jogadas, uma pena foi o cartão do Ramires, que podia se firmar na seleção.

O Brasil no minimo já repete o resultado de 2006, está nas quartas de final da copa, como quando estava contra a França. Se passar da boa seleção holandesa, o expresso de Dunga tem tudo para pousar na final, e ai a história é outra. Mas um jogo de cada vez não é.

No caminho pra casa

Uma hora da tarde: Dispensados.

E toda uma multidão se forma, todos com a tarde de folga, pois o país vai parar. Sem preocupação de ir de pé no ônibus, e no metrô, ou por causa do trânsito, o que vale é ir para casa a tempo de ver o jogo.

Mas logo a folguinha começa a ficar mais tensa. Ficam claros os primeiros problemas, ao você sentir a vibração do som da fantástica vuvuzela. Parece uma revolução, como se todos fossem as ruas em prol de uma causa maior, mas era só a causa maior do jogo de futebol.

O jeito é escapar das ruas e seguir rumo ao trem que levará ao destino. As mesmas caras, os mesmos jeitos, o mesmo tumulto diário, mas com algumas melhoras, e muitas pioras.

As caras não são compostas apenas pelos rostos cinzentos da manhã. Existe um brilhinho a mais no rosto de um ou outro. Tem também a corneta que veio junto, e um aspecto amarelo completamente diferente de um dia normal. Outros mais comportados escutam atentamente seu radinho, já na expectativa (ou sonho) de um grande jogo.

A seleção muda rotinas, muda ações e reações. E principalmente, ela gera um exagero nas reações. Como o estouro da boiada. O momento em que a porta opressora do trem se abre. Que todo o aperto termina em prol da glória da escada rolante até a próxima baldeação. Tal sensação de liberdade é inevitável e a corrida é forte, pesada, violenta, literalmente.

Enquanto isso alguns estão com a mesma sensação. Mas só. No trânsito, que sempre parado, tira o tempo, a vontade de qualquer um. Mas é dia de jogo do Brasil.

Contudo chega a hora do jogo. Não há mais ônibus cheio (isso se ter ônibus), e nem mais um carro na rua. Tudo em paz, todos em casa, ou no bar, de qualquer forma, conectado a uma partida que se joga lá na Africa. Que vale para todos, um pingo de alegria e quem sabe de tristeza.

Todos querendo somente uma coisa:
Mãos erguidas para o céu, e o orgulho, como se fossemos todos, os melhores do mundo.

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