sábado, 19 de março de 2011

Qual a sua história com o Cine Belas Artes?

Que Pena...



Pouco se pôde fazer com relação ao Belas Artes. E isso é o que deixa a maior tristeza. Fica a esperança de que não seja um adeus.

Conheci o Cine Belas Artes, somente depois de conhecer a Patrícia, minha namorada. Antes disso, para mim um cinema nada mais era do que um local onde passa um filme, e que deve ser complementado por um Mc’Donalds, ou algum lanche calórico caro e gostoso. Não tão gostoso quanto era o Belas Artes.

Quando fui pela primeira vez, também tinha pouco conhecimento de São Paulo, e não saberia quantificar a proporção da história de um cinema como aquele.

O primeiro filme que assisti ali se chamava Abraços Partidos. Um filme bem recomendado pela crítica, e que faz você ver os créditos anunciarem o fechamento e se perguntar: “Ele é muito ruim, ou será que eu não sei ver um bom filme?”. Espero que seja a primeira opção.

Mas nem um filme horrível estragou o clima que aquelas pequenas salas proporcionavam. Cada sala com o nome de uma grande personalidade da cultura brasileira. O que mais me impressionou foi a vista, que, embora ficasse de costas para a Avenida Paulista, e mostrasse somente uma restrita parte da Consolação - ver janelas que mostram o céu noturno - era demais.

Comer então, nem se fala. Cada salgado tinha um toque pessoal, que parecia ser feito para cada um, como um aperitivo caseiro que acaba de sair do forno. Claro, que a magia não era tão forte, quando percebíamos um cinema cheio, e as pessoas correndo. Mas o lanche, o pão de queijo, e tudo ali, dava um ar tão bom, e a impressão de quer era impossível a noite não ser boa.

O cine Belas Artes ficou longe de ser um cinema para quem gosta de aventuras, alta tecnologia, efeitos especiais e derivados. Mas o espaço era único, era romântico, era pessoal, era amigável. Mesmo depois do primeiro filme ruim, voltamos, e voltamos novamente.

Acompanhamos filmes bons, lançamentos, e outros que chegaram a ser piores do que o primeiro. Mas o Bela era diferente, e é estranho que um cinema de tantos anos tenha conquistado pessoas mais jovens. Talvez fosse a experiência.

De algum jeito, além de ser um marco histórico, ele era a prova de que é possível fazer cultura para as pessoas.

Mas era a prova... Que pena.

Pena também só ter escrito sobre ele quando fechou, mas na esperança de escrever novamente quando ele voltar.

E você: Qual é a sua história com o Belas Artes?

Um comentário:

Arídia disse...

...É isso, era amigável, aconchegante e até mais humano!
Quem não aprendeu e apreendeu com o cinema que era mais um retrato bonito de São Paulo!
Essa cidade que tem tantas críticas esconde um lado cultural tão belo!
Que pena, que não seja um adeus...
Muito bom Paulo!!

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