Comemorações esquisitas

Sábado chuvoso. As pessoas se aglomeram na véspera do Dia do Trabalhador. Um grande cartaz anuncia, o Prefeito estará ai. Devem servir bolos e salgados para animar as pessoas. Todos preparados para escutar uma boa dose de discurso e, além do mais, receber seu prêmio nesta comemoração:

O primeiro carnê do IPTU
É isso mesmo. “Neste sábado os moradores receberão o primeiro carnê do IPTU”, e de alguma forma maluca, a primeira cobrança do imposto se torna festa. Mas com uns bolinhos...



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Dia do Trabalhador. Dia importante para discutir as questões que afligem a classe operária. Momento para se manifestar, dizer o que pensa, tudo contra o poder de quem tem e não ajuda os mais fracos. Mais de 1,5 milhão de pessoas compareceram para comemorar as conquistas, os direitos adquiridos e tudo que melhorou para operários. Desde aqueles que ganham seus R$ 545 mensais a até aqueles que ganham seus R$ 26 mil (fora o orçamento), conquistados honestamente nos últimos reajustes da Câmara dos Deputados.

Para comemorar, nada melhor do que muita, mas muita música, para esquecer dos R$ 545 e mentalizar que estão com pessoas que pensam na classe trabalhadora acima de tudo. Pensam tanto e por isso realizam eventos, para transmitir a felicidade a quem tem tão pouco. Ou, simplesmente para ser mais uma moeda de troca na próxima eleição...

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Há uma semana o mundo comemorava, se emocionava e louvava o casamento do principe da Inglaterra. Parecia até que era o casamento de um vizinho próximo, a quem sempre fazemos uma visita, ou mesmo de alguém que sempre aparece, traz bolo e oferece churrasco aos domingos.

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Comemora-se também a morte daquele que marcou a última década. Do terrorista que teria provocado o maior ataque em solo americano, Osama Bin Laden. Comemoram jovens americanos, que assistiram a tragédia pela TV, quando ainda eram pequeninos. Vão as ruas e festejam o fim de uma era.

Para aqueles que estão no Brasil, fica a lembrança de que o desenho foi interrompido, para um boletim extra do jornal, anunciando e ao vivo mostrar a queda do World Trade Center. Daquele dia em diante, a vida no Brasil pouco mudaria, mas o mundo sofreu, principalmente os países arabes que passaram a ter a desconfiança, por culpa de alguns loucos.

No entanto, a morte de três mil pessoas que não tinham culpa, pode até merecer uma homenagem ou essa comemoração. Mas a pergunta que fica é se há espírito agora para não votar no até então questionado Presidente Obama, depois de ter derrotado o “mal”?

Enfim, se é eleitoral ou não só o tempo dirá. Pois um vilão tão procurado que estava há tanto tempo no mesmo lugar e só agora foi encontrado é um pouco estranho.

O que é certo é que as pessoas comemoram por tudo, ah, se comemoram.