Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, evita falar de Teixeira. (Foto: Jorge da Matta) |
Enquanto Ricardo Teixeira ainda permanecia no poder da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas dando sinais de que poderia deixar o
cargo, o ministro do Esporte participou de uma sabatina do jornal Folha de S.
Paulo. Habilidoso com as palavras, o ministro saia de mansinho das principais
críticas ao governo e a maneira como a copa está sendo levada.
“Se um time da terceira divisão da Alemanha tem um estádio,
porque que um dos maiores times do mundo não pode ter. Mesmo que seja com
incentivo público”, mencionou sobre o estádio corintiano, apesar
de ser palmeirense fanático.
Para ele as arenas da copa são “bens que vão ser úteis para
a cidade” e por isso devem receber incentivos, como outros setores recebem.
Inclusive, a melhora na infraestrutura poderia aumentar o público nos estádios
brasileiros. “Com a qualidade da infraestrutra que nós temos dá para aumentar a
média e criar atrativos.”
Mas Rebelo parece integro. Alagoano mantém a voz calma que, poucas
vezes se altera, entende dos desafios do Brasil. Quando provocado sabe se defender. O que há de comunista no partido comunista? "Hoje é o questionamento do sistema".
Chute no traseiro
Um dia depois da entrevista, ele teve que lidar com as críticas
de um certo Jerome Valcke, secretário geral da FIFA, que reclamou dos atrasos e
sugeriu o tão comentado “chute no traseiro” para acelerar os brasileiros.
E o país que sempre vinha aceitando as críticas de forma
calma, reagiu. Foi enfático, cortou as relações com o dirigente e só voltará ao
normal quando o presidente da entidade, Joseph Blatter se encontrar com a
presidente Dilma Rousseff.
Aldo Rebelo assumiu o ministério dos esportes depois que seu
antecessor, do mesmo PC do B, Orlando Silva sofreu diversas denúncias de
irregularidades em um programa da pasta. O dinheiro levado para organizações não
governamentais, que ajudariam crianças a entrar no esporte, teria sido desviado
para membros do próprio partido.
Orlando caiu junto com outros ministros que também sofreram
denúncias. Aldo Rebelo assumiu e cancelou os contratos das ong’s, mas sem
estardalhaço.
“A bebida alcoólica é uma discussão antiga, desde a santa ceia”, Aldo Rebelo sobre a Lei Geral da Copa.
Agora, com a queda real de Ricardo Teixeira e a saída depois
23 anos ininterruptos de poder, Rebelo fez questão de dizer apenas que a
alteração não vai mudar a execução dos planos para a copa do mundo.
Ele não reclama daquele que teria censurado um livro seu
sobre as irregularidades no futebol brasileiro (segundo o jornalista Juca Kfouri). Ele não achincalha em cima de
um homem que assumiu em 1989, graças à benção de seu sogro, o poderoso João
Havelange, que presidiu a FIFA por mais tempo que isso. Ele parece indiferente
ao fim de uma história que, ao lado de títulos da seleção, escondeu os malefícios sofridos por clubes brasileiros. Também por culpa dos clubes.
Mas qual foi a real influência de Aldo Rebelo como ministro
do Esporte e Dilma Rousseff como presidente da República em relação a Ricardo
Teixeira sair da CBF? É algo que parece ser bem maior do que problemas de saúde.
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