Acabou. Uma homenagem a todos os alunos e professores de jornalismo da São Judas que completam um ciclo neste final de 2011
Os novos alunos de jornalismo da Universidade São Judas Tadeu chegam para conhecer a faculdade. Muitos estão com receio do destino que decidiram seguir (jornalismo), ao mesmo tempo, em que outros estudantes ‘veteranos’ estão fora das salas com sacos de farinha, potes de tinta e sangue nos olhos. O tão falado ‘trote’ parece inevitável.
Pouco a pouco, os iniciantes entram e se sentam. Todos estão acanhados, um ou outro arrisca um oi. Um animado diz: “É um curso de comunicação, vamos lá pessoal”, mas, no geral, todos permanecem observando, observando e observando.
Depois de uns vinte alunos já terem chegado, entra o professor, que parece ser bem jovem. Ele dá boa noite, se apresenta e fala sobre a história da comunicação. Os alunos acompanham com toda atenção.
Uma pessoa atrasada chega. Quieto, ele se senta no fundo da sala.
O professor pede para que os alunos se apresentem e decide começar por ele.
― Meu nome é Marcos.
O então professor responde.
― Então pessoal, na verdade, isso aqui foi um trote. Ele é o professor Marcos, e é um dos melhores da universidade.
Marcos
A primeira aula dos formandos de 2011 da São Judas foi dada por ele, Marcos Capellari. Depois da brincadeira, o professor fez uma pergunta que, até hoje, vale pensar:
― Por que vocês entraram na universidade?
Respostas do dia
― Para conseguir o emprego
― Mas essa é a única forma de conseguir um emprego?
― Para aprender jornalismo
― Mas a faculdade seria apenas para isso? É um local de curso técnico?
Para Marcos, a universidade era o local para o debate de ideias. A convivência entre os diversos conhecimentos que poderiam fazer com que o ensino evoluísse. Era instigar os alunos a questionarem mais, a arriscarem as respostas, a pensar.
Muitos talvez não se lembrem, em especial, as meninas que ficaram olhando para os olhos do professor.
― Ele é bonito né?
Quatro anos
De lá para cá, o que não faltou foi convivência. Os alunos que começaram à noite receberam o reforço dos que estavam de manhã. Grupos se formaram, se desformaram, e se redesformaram (se é que existe isso), nos quais muita amizade ficou, muita inimizade também e até o amor nasceu dentro de uma sala de aula.
De acordo com o Instituto DataPaulo foram praticamente 150 trabalhos ou materiais entregues aos docentes; aproximadamente 70 provas (fora as substitutivas), feitas e aplicadas por mais de 25 professores, em 34 disciplinas.
Dentro destes, foram inúmeras entrevistas, fotografias e textos escritos em noites mal dormidas, em fins de semana intermináveis. Além é claro de milhares de emails de trabalhos, de brigas por trabalho de revisão de trabalhos... Ufa!
Enfim, foram quatro anos que mostraram para cada um, de uma forma ou de outra, lições que serão levadas para sempre. Ajudou no crescimento e trouxe também preocupações, pois, afinal, é só o começo.
Entre mortos e feridos
Talvez no fundo, bem no fundo, aquilo que o professor Marcos falava no primeiro dia se realizou e foi até bem maior do que isso. Os últimos anos, além da ralação, do sofrimento e da mão de obra (motivo que fez com que todos desejassem o término) foi da convivência do conhecimento e, principalmente, de pessoas boas, interessantíssimas e inteligentes que estavam ao nosso lado.
Mas, infelizmente, estes anos foram poucos para conseguir que todos pudessem conhecer o máximo de cada um. Ou, foi a medida exata para que ninguém saísse atirando em quem não aguentava mais. Desentendimentos fazem parte. (rs)
Que as amizades formadas aqui permaneçam e que a vida encaminhe para cada um o melhor.
Sucesso para todos.
Aos meus amigos, que me aguentaram desde o início, aos professores que nos ajudaram a ter mais amor ao jornalismo (e nos fizeram trabalhar até o último segundo) e a todos que tive o prazer de ter mais contato com o decorrer do curso: Meu muito obrigado por tudo.
E que nos vejamos em breve (e sempre) na trajetória da vida.
Abraços
Paulo, o Talarico
4 comentários:
Minha primeira aula foi em uma sexta-feira, com o professor Moacir, em que ele me disse que havia um Jorge muito famoso, o Jorge Ben Jor. Jamais vou esquecer disso. Não sabia que o Marcos havia dado a primeira aula, nem dessa história, começaram bem. Espero que tenhamos bastante tempo pra relembrar.
Que lindo o texto Paulo, ADOREI!!
Mas eu também não sabia dessa primeira aula do Marcos.
Cheguei na faculdade 1 semana depois das aulas começarem, a minha primeira aula foi da Jaqueline Lemos.
Já era 8h e eu estava SUPER atrasada, entrei na sala e não tinha lugar para sentar. Um dos seguranças arranjou uma cadeira para mim.
Durante aquela aula (a qual eu não conseguia prestar atenção de jeito nenhum)fiquei pensando um zilhão de vezes o que eu estava fazendo ali, aliás, sai naquele dia disposta a trancar a madrícula e voltar para o cursinho pré-vestibular. Eu cheguei a ir até o cursinho um dia assistir uma aula, mas percebi que não conseguiria ficar lá mais um ano, então voltei para a São Judas!
Nossa Pri, que forte!
Alguns chegaram uma semana depois. Na primeira semana eram poucos. Até como a Camila falou, muitos começaram uma semana depois. A aula do Marcos foi bem marcante, por isso usei de exemplo.
Mas é interessante. Quem fosse no segundo dia teria a primeira aula com o Aldo. Agora na segunda semana não me lembro a ordem.
Mas Pri, ainda bem que você ficou!!!
Jorge teremos bastante tempo sim!!!
E o bom de começar de manhã, é que você não teve que fugir dos potes de tinta voador, kkk
Abraços
Quando li o seu post Paulo, fiquei pensando no que aconteceu naquele meu primeiro dia e o mais engraçado é que eu lembro muito dele (e a minha memória é MUITO ruim).
É ótimo relembrar esses momentos, a gente vê como a nossa cabeça e a nossa vida muda em 4 anos.
E eu também fico feliz em não ter desistido naquele dia!
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