sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Tratamento contra o câncer traz pessoas de todo país à capital paulista

De Santa Catarina, um homem viaja nove horas dentro de um carro, junto com outras cinco pessoas para São Paulo, onde fará quimioterapia. Embora doente, passar pelo aperto parece ser a única escolha para tentar a cura contra o câncer. Por conta da falta de hospitais especializados em algumas regiões – como Norte e Nordeste - e pelo fato de a capital paulista ter o maior número de clínicas com experiência no tratamento da doença, a cidade recebe pacientes de todo o país.

Financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os enfermos se hospedam em casas de apoio enquanto fazem o tratamento. São mais de 15 entidades que oferecem moradia provisória a quem precisa se tratar. “Eles vêm para cá porque aqui é referência em todo o tipo de tratamento como a quimioterapia, a cirurgia e o diagnóstico”, explica a presidente da Casa Assistencial Maria Helena Paulina, Marina Marcondes Katumata.

No entanto, ela ressalta a importância de vir o mais rápido possível. “Uma vez um rapaz veio do Nordeste, e lá diziam que era verme, mas não era. Ele estava com um tumor, e, devido à demora no diagnóstico, já tinha mais de um quilo quando chegou”, relembra Marina. O homem morreu pouco depois.

Um dos pacientes que faz tratamento na capital paulista é Agnaldo Meireles. Nascido na cidade de Governador Nunes Freire, no estado do Maranhão, ele teve um problema aos dois anos de idade e os hospitais da região Nordeste não conseguiram diagnosticar qual era a doença. “Vim pela primeira vez (para São Paulo) de ônibus, e os médicos descobriram que se tratava de neurofibromatose”, a enfermidade tem relação com tumores que provocam alterações na pele.

Porém, o diagnóstico não foi suficiente para curá-lo. O lado esquerdo de seu rosto necessitava de várias intervenções cirúrgicas, as quais causariam a perda de sangue. Ele só pôde começar os processos operatórios quando completou 15 anos. “Aqui a medicina é mais avançada e o tratamento bem mais evoluído”, acredita Meirelles. 

Um dos principais hospitais com referência no tratamento do câncer é o Sírio Libanês.  A ala filantrópica, que cuida de pacientes encaminhados pelo SUS, auxilia principalmente nos tratamentos que envolvem cirurgias para a retirada e reconstrução da mama, além de transplante de fígado.

De acordo com a assistente social da instituição, Rosana Bonanho, a tecnologia é essencial, tanto no tratamento quanto na recuperação. “Desenvolvemos o processo de radioterapia intracirurgica, uma técnica nova existente somente em dois hospitais da cidade. Se o tumor for adequado, ela evita que precise ser feita a quimioterapia e radioterapia pós-cirúrgica, o que facilita a vida do enfermo”, explica.

Matéria publicada no Jornal Expressão (da Universidade São Judas Tadeu - Dezembro / 2011)

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