De
Santa Catarina, um homem viaja nove horas dentro de um carro, junto com outras
cinco pessoas para São Paulo, onde fará quimioterapia. Embora doente, passar
pelo aperto parece ser a única escolha para tentar a cura contra o câncer. Por
conta da falta de hospitais especializados em algumas regiões – como Norte e
Nordeste - e pelo fato de a capital paulista ter o maior número de clínicas com
experiência no tratamento da doença, a cidade recebe pacientes de todo o país.
Financiados
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os enfermos se hospedam em casas de apoio
enquanto fazem o tratamento. São mais de 15 entidades que oferecem moradia
provisória a quem precisa se tratar. “Eles vêm para cá porque aqui é referência
em todo o tipo de tratamento como a quimioterapia, a cirurgia e o diagnóstico”,
explica a presidente da Casa Assistencial Maria Helena Paulina, Marina Marcondes
Katumata.
No
entanto, ela ressalta a importância de vir o mais rápido possível. “Uma vez um
rapaz veio do Nordeste, e lá diziam que era verme, mas não era. Ele estava com
um tumor, e, devido à demora no diagnóstico, já tinha mais de um quilo quando
chegou”, relembra Marina. O homem morreu pouco depois.
Um dos
pacientes que faz tratamento na capital paulista é Agnaldo Meireles. Nascido na
cidade de Governador Nunes Freire, no estado do Maranhão, ele teve um problema
aos dois anos de idade e os hospitais da região Nordeste não conseguiram
diagnosticar qual era a doença. “Vim pela primeira vez (para São Paulo) de ônibus, e os médicos descobriram que se tratava
de neurofibromatose”, a enfermidade tem relação com tumores que provocam
alterações na pele.
Porém,
o diagnóstico não foi suficiente para curá-lo. O lado esquerdo de seu rosto
necessitava de várias intervenções cirúrgicas, as quais causariam a perda de
sangue. Ele só pôde começar os processos operatórios quando completou 15 anos.
“Aqui a medicina é mais avançada e o tratamento bem mais evoluído”, acredita
Meirelles.
Um dos
principais hospitais com referência no tratamento do câncer é o Sírio
Libanês. A ala filantrópica, que cuida
de pacientes encaminhados pelo SUS, auxilia principalmente nos tratamentos que
envolvem cirurgias para a retirada e reconstrução da mama, além de transplante
de fígado.
De
acordo com a assistente social da instituição, Rosana Bonanho, a tecnologia é
essencial, tanto no tratamento quanto na recuperação. “Desenvolvemos o processo
de radioterapia intracirurgica, uma técnica nova existente somente em dois
hospitais da cidade. Se o tumor for adequado, ela evita que precise ser feita a
quimioterapia e radioterapia pós-cirúrgica, o que facilita a vida do enfermo”,
explica.
Matéria publicada no Jornal Expressão (da Universidade São Judas Tadeu - Dezembro / 2011)
Matéria publicada no Jornal Expressão (da Universidade São Judas Tadeu - Dezembro / 2011)
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