sábado, 25 de fevereiro de 2012

Reescrever a história do país

Políticos hoje, são outros amanhã. No entanto, na hora de divulgar a história os papéis são reescritos.

Dois bons livros sobre regimes ditatoriais foram escritos por George Orwell, ainda antes ou quando começava a Guerra Fria. “A Revolução dos Bichos” e “1984” apresentam as faces dos grandes ditadores e, porque não, dos líderes que agem hoje, mudam amanhã e reescrevem tudo depois.

São inúmeros os casos em que é possível observar a reescrita e, por mais estranho que possa parecer, é algo que está vivo até dentro da democracia.

A questão das privatizações é uma delas: o partido que hoje comanda sempre criminalizou o que chamava de vender o país, tirar nossa soberania e outras breves balelas. São acusações comuns em tempo eleitoral.

Entretanto, quando está no poder, os donos têm o direito de decidir pela privatização. E fazem isso, sempre lembrando que é uma necessidade e de que será bom para o país. Adeptos do “Esqueçam o que eu disse e pensem no agora”.

Os benefícios de um regime no qual há liberdade de expressão é, justamente, poder falar, a imprensa acusar, e todos refletirem sobre o assunto. Cabe a oposição lembrar o que era dito antes e da mudança de postura.

Descrédito

No entanto, o mundo da política brasileira não consegue atingir a população. Por mais que os jornais digam, informem, e os partidos de oposição se rebelem, a última coisa que uma pessoa despreocupada vai se lembrar é: “Ah, coitado de mim, eles mentiram lá atrás, e agora estão fazendo isso, tenho que repensar.”

É muito mais importante para quem chega em casa saber se a Luiza voltou para o Canadá, ou se a história do estupro no Big Brother é real. Mas esse desinteresse não é errado, é simplesmente a questão de não ter vontade de saber de um setor que não tem crédito com a população.

A única coisa que importa é o dinheiro no bolso. Se a economia vai bem, tudo está bem.

Será que vale a pena tentar discutir uma arte tão triste quanto a política brasileira? Eles perderam o respeito e não sabemos se um dia vão retomá-lo. O grande problema é que enquanto isso não acontece, eles vão reescrever e reeditar a história, quantas vezes quiserem. 

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